Pesquisadora associada no LAEG: Gisela de Aragão Umbuzeiro
Pesquisador principal: Luiz Antônio Martinelli
Período de Execução: mar/2017 – fev/2022
Entidade Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Integrantes: Gisela de Aragão Umbuzeiro, Arnaldo Alves Cardoso, Luiz Antônio Martinelli, Cassiana Carolina Montagner Raimundo, Evaldo Luiz Gaeta Espíndola, Luis Cesar Schiesari, Janaína Braga do Carmo, Heitor Cantarella, Eiko Eurya Kuramae, Katia Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz, Plinio Barbosa de Camargo, Silvio Frosini de Barros Ferraz, Marcelo Zacharias Moreira, Jorge Marcos de Moraes, Robson Willians da Costa Silva, Paulo Inacio de Knegt López de Prado, Raffaella Rossetto, Anjaína Fernandes de Albuquerque, Rhaul de Oliveira
Natureza: Pesquisa
O etanol de cana é um biocombustível renovável produzido pela fermentação do extrato de cana de açúcar e melaço. O Brasil é o maior produtor de etanol de cana, além de ser o maior produtor de açúcar; cobrindo a cana-de-açúcar uma área de cerca de 10 milhões de hectares, sendo a terceira maior área cultivada, após milho e soja. Olhando para trás, não há dúvida que o etanol produzido no Brasil reduziu significativamente a dependência do petróleo do país, aumentando a segurança energética e contribuindo para o crescimento econômico do país.
Nos últimos anos, o aumento no consumo de bioetanol e a produção de bioeletricidade a partir de resíduos sólidos cana, também contribuíram para a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE). No entanto, as preocupações crescentes sobre os custos sociais e ambientais associados à produção de etanol em grande escala levaram ao desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade ambiental que permitissem quantificar os custos e benefícios dos biocombustíveis para a sociedade. Contudo, nosso conhecimento sobre os impactos do etanol de cana produzido no Brasil ainda é limitado, especialmente para a água e os solos, e essa falta de conhecimento é um sério obstáculo na avaliação da sustentabilidade de biocombustíveis de cana. Uma das premissas para a sustentabilidade do etanol é que os biocombustíveis não devem exercer pressão extra sobre ecossistemas nativos ou competir com a produção de alimentos, utilizando as melhores terras agrícolas. Essa premissa implica que a expansão das lavouras de biocombustíveis, como a cana, deve prosseguir sem futuros desmatamentos ou sem avançar sobre as culturas alimentares.
Uma alternativa que tem sido considerada para evitar desmatamento de vegetação nativa dos biomas brasileiros é expandir culturas energéticas em áreas de pastagens degradadas ou sub-utilizadas. A fim de liberar pastagens para outros usos, propõe-se que o mesmo número de cabeças de animais, incluindo expansões futuras, sejam alocados em uma área menor. Nós chamamos este processo de “intensificação de pastagens”. Essa intensificação deve ser implementada de uma forma que preserve a integridade dos ecossistema e maximize a prestação de serviços ambientais. Com base nessa discussão anterior, o objetivo deste projeto é avaliar as consequências ambientais de duas mudanças no uso e cobertura do solo que são críticas para o Brasil e para o desenvolvimento da indústria de bioenergia em outras áreas subtropicais e tropicais: a conversão de pastagens para canaviais e, a intensificação das pastagens.
Nosso objetivo final é fornecer uma série de práticas de gestão que preservaria a integridade ambiental e maximizar os serviços ecossistêmicos. Mais especificamente, vamos abordar como a intensificação agrícola afeta a dinâmica da água, carbono, nitrogênio e fósforo, e como a poluição (pesticidas) e fragmentação da agricultura afetar ecossistemas funcionamento. Para atingir tal objetivo, propomos o seguir os componentes do projeto: (i) um conjunto de experimentos de campo onde pastagens serão intensificadas para aumentar a produção de produtos animais por unidade de área ou convertidos em canaviais com o objetivo de investigar as mudanças em nutrientes e contaminantes dinâmica; (ii) Estudos em microbacias (100 a 1.000 ha) para avaliar o efeito da intensificação da agricultura sobre a ecologia da paisagem e ciclo da água.