Relato-2018

O II Workshop de Práticas de Ensino (5/12) iniciou-se com a palestra do Prof. Dirceu da Silva (FE/UNICAMP) sobre aspectos relevantes sobre aprendizagem e avaliação (apresentação aqui). O Prof. Dirceu comentou sobre para que serve a avaliação, qual seria a distribuição de dificuldade e de pontuação de uma prova ideal e que provas de múltipla escolha podem ser tão boas quanto provas dissertativas.

Comentou também sobre a importância de se definir claramente quais conceitos, habilidades e atitudes são fundamentais para a disciplina oferecida para que possam ser avaliados. Exemplos de alguns tipos de ensino como o tradicional, comportamental e construtivista foram abordados. Comentou que a aula tradicional tem ainda um papel importante no Ensino mas que é necessário colocar “temperos” nessas aulas como informações sobre novas descobertas e tecnologias, sobre a história dos temas abordados e usar a tecnologia (ex. celular) a favor do professor. O prof. Dirceu finalizou sua palestra falando sobre a importância de se estar preparado para dar aulas e de se procurar conectar os conhecimentos inter e intra-disciplinas, conexões estas que em geral não estão nos livros didáticos.

Em seguida tivemos a palestra da Profa. Soely Polydoro (FE/UNICAMP), coordenadora do EA2. Ela falou sobre a educação superior e o estudante universitário principalmente sobre os desafios e demandas que o estudante tem ao entrar na Universidade. Comentou sobre como o vestibular é um ponto marcante para os estudantes e sobre o desencanto sobre a Universidade que aparece logo após os primeiros meses após o ingresso. Apresentou pesquisas recentes (2017) que estudaram como as diferentes dificuldades apresentadas pelos estudantes afetam a vida universitária e verificaram que 57 % dessas dificuldades são prejudiciais ou ameaçadoras, podendo causar algum tipo de dano ou perda na vida acadêmica, pessoal ou social. A profa. Soely também mostrou que os docentes tem uma grande expectativa de dar aula para o aluno ideal, aquele que é capaz de transformar conteúdos, fazer conexões e ser ativo na construção e gerenciamento do próprio conhecimento. Mas isso não é o que encontramos normalmente . Ela então apresentou alguns pontos chaves para a motivação do estudante segundo Tinto (2017). A autoeficácia do estudante (crença atual de seus capacidade em realizar algo) influencia que tipos de atividades são propostas em sala de aula para mostrar, gradualmente, a capacidade dos estudantes na disciplina. Fortalecer a interação do estudante com seus pares, com os docentes e funcionários e encorajar principalmente a interação do docente com o estudante impacta o senso de pertencimento do estudante à sua turma, ao seu curso e à Universidade e, consequentemente, o seu desempenho acadêmico. 

Finalmente, diversidade de disciplinas, flexibilidade e opções de disciplinas eletivas, experiências acadêmicas que vão além da sala de aula afetam a percepção do estudante sobre o valor do currículo. Nesse ponto, a ação institucional no projeto pedagógico do curso tem um papel fundamental. A profa. Soely comentou que devemos deixar claro para os estudantes que aprender exige esforço e investimento e que ações institucionais de apoio e suporte são importantes minimizar as dificuldades dos estudantes ao longo de sua vida na Universidade.

Após a palestra da Profa. Soely tivemos a apresentação musical de Guigo Amaral trazendo músicas como Layla de Eric Clapton, Have you ever seen the rain de Creedence Clearwater Revival, Billie Jean de Michael Jackson e Hotel California dos Eagles.

Na parte da tarde tivemos a apresentação do Prof. Vitor (FT) que mostrou exemplos de aplicações das ferramentas Geogebra, Desmos e Socrative nas aulas de Geometria Analítica e Álgebra linear (apresentação aqui). Em seguida, o Prof. Magossi (FT) discutiu um método para o ensino de matemática que deve (i) apresentar uma boa comunicação entre professor e aluno, (ii) contextualizar o assunto investigado, mostrando erros e acertos quando partes do processo de aprendizagem, (iii) indicar e esclarecer quais as estruturas matemáticas e suas inter-relações e (iv) indicar, quando possível, as inter-conexões entre a matemática e o mundo real. O prof. Magossi exemplificou esse método para o caso do ensino de integrais. A terceira palestra da tarde foi do Prof. Ivan Ricarte (FT) que discutiu recentes aplicações de provas objetivas conhecidas como ‘prova do triângulo’ e a recepção negativa pelos alunos, apontando fatores como falta de estudo e certa displicência por parte dos alunos para explicar tal recepção (apresentação aqui). A última apresentação foi do Prof. Marco Castro (FT) que relatou o uso de instrumentos complementares a avaliação para se obter feedback dos alunos sobre a disciplina. Exemplos desses instrumentos foram uma sondagem sobre o domínio dos pré-requisitos dos alunos e um formulário online aplicado ao final do curso para avaliar monitoria, mídias (slides, vídeos, etc) que contribuíram para o aprendizado, etc (apresentação aqui).

O fechamento do workshop ficou a cargo da banda SkullTech, formada por docentes e um funcionário da FT, que apresentou a música Hotel California, encantou e trouxe um momento de relaxamento para o público nesse fim de semestre.